Quero o vento
que arrasa quarteirão
pela janela
de minha casa
vasculhando o porão.
Depois, parado
num canto
contendo
minha visão,
recuperar a força
levando-me
céu à fora...
ventando-me
até a aurora
pela imensidão...
Valei-me,
Vento
de ir embora.
Devolvei-me
na hora
aberta,
quando a natureza
manifesta
o gosto
amargo do sim
e a doçura do não.
O vento que venta daqui é o mesmo que venta de lá? Não, eu sou controvento, ventania de esparramar, até virar brisa, desabotoar a camisa, para o sangue ventilar. Liquificar sem ar controvento suado, prá na liberdade do vento tocar, no sino, um dobrado e ventando poder voar, soando um verso molhado...
Pages
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Ponto (in) ventado
sem vento
nem invento...
no meio do mundo
controlando
a rotação
e a translação
buscando
o meridiano
na palma
de minha mão
Força do vento
Olho do furacão,
cego de mim,
engole,
com a força do vento,
a paisagem
que dorme...
sob o campo dourado
de alecrim...
cego de mim,
engole,
com a força do vento,
a paisagem
que dorme...
sob o campo dourado
de alecrim...
O que o vento não levou...
O tempo
me levou tantas coisas
ao vento,
que preciso
reconsiderar
o que ficou.
Catar
as sobras
reciclar
as lágrimas
sorrir
pelo avesso...
até ventara liberdade
carregando
tudo...
na carona
do afago
de uma garça azul.
domingo, 18 de julho de 2010
Vento pe(s)cador
numa
profana-oração:
Salve-me,
vento forte,
de nenhuma
tentação.
Deixe-me pecar
divinamente
Arranca-me
o coração.
Só, é feliz
quem não sente.
Minhas virtudes?
Levai-as numa torrente
de água impura.
Não acorrente
minhas atitudes
solte-me
insegura.
Obrigado
por eu não ser...
uma criatura
e crer
na escritura,
na criação.
Jogo a rede.
Não há peixes,
nem pão...
Alimento o mar
com lágrimas,
ceifando o trigo
com a mão.
Fazei
brotar
o poema
do chão.
semeai-me
num controvento:
"um barquinho,
um violão..."
O Horto
sem oliveiras,
num exercício
(à) pagão.
Milagre?
É sobrevida
entre: o sim e o não.
Na liberdade
da escrita...
dessa contra-prece
esquisita,
mentira pela verdade,
não merece
perdão.
Cabelos ao vento
Livres
voam cabelos
e pensamentos.
A liberdade
é fazer o que quero,
não fazer o que não quero,
sem ter ninguém prá impedir
minhas vontades:
ventanias
e calmarias
íntimas,
jamais intimidadas...
Descabeladas
idéias aladas,
asas despenteadas...
voam cabelos
e pensamentos.
A liberdade
é fazer o que quero,
não fazer o que não quero,
sem ter ninguém prá impedir
minhas vontades:
ventanias
e calmarias
íntimas,
jamais intimidadas...
Descabeladas
idéias aladas,
asas despenteadas...
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Livrar-me?
Livro(e) de mim?
Prefácio no fim.
Páginas
livres(os)
ao vento,
versos mancos
rima elétrica,
oceano doce,
em Quixeramubim.Prefácio no fim.
Vento partido ao meio
Você ao vento:
livremente indeciso.
Seu aceno,
partido ao meio,
olhar desatento,
caminho impreciso.
Parte,
diz que vai,
sem arremate
sai...sem freio,
nem resgate,
fotografando
um coração,
sangrando
vivo,
emoção,
estancando...
Curativo
materno
vento
numa mentira
tão pouca...
livremente indeciso.
Seu aceno,
partido ao meio,
olhar desatento,
caminho impreciso.
Parte,
diz que vai,
sem arremate
sai...sem freio,
nem resgate,
fotografando
um coração,
sangrando
vivo,
emoção,
estancando...
Curativo
materno
vento
soprando
a meia boca
eterna
cura.
Unguento
aliviando
tão louca
vontade.
Aventura
da verdade,numa mentira
tão pouca...
dividos
trilhos
vento parte,
sem combate
nem gatilhos.
Ficaste
nos olhos
sem brilhos
nem quilate.
O tempo do vento
O vento de agora
espalhou-se ontem
guardando-se
numa manhã...
Fez-se enraizar,
nasceu ,
cresceu prá caetanear
no papel azul
da maçã...
Foi mordidinho
devarinho
com carinho
num sonetinho
do poetinha
desmanchando-se
de noitinha
prá um amorzinho
soprar...
Bastou-se
num catavento
condensando
um tempo lento
foi parando
devagar
O tempo
parou no vento
o vento parou
seu tempo
mas dentro
não parou
o centro:
seu momento
de inventar
espalhou-se ontem
guardando-se
numa manhã...
Fez-se enraizar,
nasceu ,
cresceu prá caetanear
no papel azul
da maçã...
Foi mordidinho
devarinho
com carinho
num sonetinho
do poetinha
desmanchando-se
de noitinha
prá um amorzinho
soprar...
Bastou-se
num catavento
condensando
um tempo lento
foi parando
devagar
O tempo
parou no vento
o vento parou
seu tempo
mas dentro
não parou
o centro:
seu momento
de inventar
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Vento descrente
Creio
no vento
sem sentimento
que fica
ameaça
que sopra
vem,
arregaça
edifica
incerteza
majestosa
permissiva
esquisita
respira
goza
parte
depois que excita
inspira
generosa
arte
só
não sente
é
uma força
descrente.
Outro vento
Chega uma aragem
morna
vem numa viagem
entorna
sopra um controvento
forte
traz um sentimento
um corte
segue uma saudade
imensa
nessa liberdade
densa
cheia de natureza
paisageando
outro vento da certeza
vai me levando...
troca de direção
sou vagante
vagabundo coração
itinerante.
domingo, 11 de julho de 2010
A busca do vento...
Caminho
ao rastro do vento
flutuo
a luz do luar
vago...
em pensamento
sem vontade
de voltar.
Choro
disfarçando alegria,
sorrio,
maquiando a tristeza.
evitando a correnteza.
O vento
me descarrega,
espalha
semente,
rega,
mas nunca
me renega.
Ele me navega...
sábado, 10 de julho de 2010
Vento ao revés
Revira o vento
refaz atento
meu jeito
reviver
Experimento
ainda à contento
um revivento
reinverter
revesado
desrepresado
livramento
entre asas
e vento,
o chão
e os pés
redemoendo
é vento ao revés...
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