Senti você
entrar
pela minha janela.
Deixei
tocar meus ouvidos,
cantando
sobre a minha pele,
onde desenhou,
numa partitura invisível,
versos-esculturados
pelo rítmo de teus braços.
O vento que venta daqui é o mesmo que venta de lá? Não, eu sou controvento, ventania de esparramar, até virar brisa, desabotoar a camisa, para o sangue ventilar. Liquificar sem ar controvento suado, prá na liberdade do vento tocar, no sino, um dobrado e ventando poder voar, soando um verso molhado...
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domingo, 31 de julho de 2011
quinta-feira, 28 de julho de 2011
mascaragem
Vagalume de meio-fio
não indica, acena
mordaça estampada
não cala, condena
disfarça o brilho
a cor não embaça
transparece o nítido
a flor não ameaça
toalha estendida
sobre a inocência
coberta de nuvens
sob a impaciência
dísticos infames
versos ciganos
desenham palavras
espalham enganos
lentificação do breve
acelerada preguiça
olhos do binóluco
nus atrás da treliça
não indica, acena
mordaça estampada
não cala, condena
disfarça o brilho
a cor não embaça
transparece o nítido
a flor não ameaça
toalha estendida
sobre a inocência
coberta de nuvens
sob a impaciência
dísticos infames
versos ciganos
desenham palavras
espalham enganos
lentificação do breve
acelerada preguiça
olhos do binóluco
nus atrás da treliça
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Vento inesperado
O passado
deixou-me
nos braços do presente.
Ficou
no futuro do pretérito
e esqueceu-me
no infinitivo
sem nenhuma desinência.
Num fim de tarde
nostalgicamente
ele voltou...
...
uma voz no túnel do tempo:
ativa, passiva, reflexiva,
em instantes de carne e osso.
O passado não passou.
Presentificou-se...
deixou-me
nos braços do presente.
Ficou
no futuro do pretérito
e esqueceu-me
no infinitivo
sem nenhuma desinência.
Num fim de tarde
nostalgicamente
ele voltou...
...
uma voz no túnel do tempo:
ativa, passiva, reflexiva,
em instantes de carne e osso.
O passado não passou.
Presentificou-se...
terça-feira, 19 de julho de 2011
Fronteira sem limites
Existe uma faixa de gaza dentro de mim. Arremeço-me ora contra, ora a favor da minha própria vida. Quero-me contrária ao que penso e vazia do tudo que criei, preenchido de tantas meias verdades. Há uma fronteira que se move entre o que eu sou e o que não sou. Nesse mapa de guerra, linear e indissolúvel, equilibro-me nas pontas dos pés e toco com delicadeza uma infância de bailarina, que não tive e a maturidade de uma guerrilheira, que sonhei. Deslizo de uma ponta a outra, desarmando bombas, que instalei prá me proteger. Poetizo ângulos, calculo significados e desenho o desejo, nesse abstrato paralelo, feito do Ser e do Não-Ser. Partida, sigo em paradoxo. Inteira, fortaleço-me nas diferenças.
In cômodo
Incomoda
essa gente
que se incomoda
que nos incomoda
que te incomoda
que me incomoda
In cômoda,
cada um na sua gaveta!
Por cômodo,
cada um na sua,
respeitando fronteiras.
essa gente
que se incomoda
que nos incomoda
que te incomoda
que me incomoda
In cômoda,
cada um na sua gaveta!
Por cômodo,
cada um na sua,
respeitando fronteiras.
segunda-feira, 18 de julho de 2011
minha paisagem
terça-feira, 12 de julho de 2011
Ad Miração
Tenho olhos livres, para observar, com prazer, estas pessoas vazias de preocupações estéticas, que caminham colorindo as ruas com peças descombinadas, barriguinha assumida, ditando seu próprio estilo e seu glamour delicioso de ser o que é, pois desprendendo-se do que os outros querem que sejam, ligam-se no que acreditam. Bafejam no espelho, para desenharem com o dedo a desfiguração da imagem. Acredito nessas pessoas, que são o que são, pois independente da maquiagem, do traje, da aparência, assumem seus excessos, blasfemam contra ordem, usando-se como uma manifestação libertária, uma interferência na paisagem da mesmice.
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Verso Livre
A liberdade é a desobrigação
de uma gota de orvalho
que corre no vidro da janela
esperando o sol chegar...
É esticar-se no sol
no banco da praça...
É sapatiar no meio da rua
fazendo pirraça...
É um exercício de não fazer nada
por prazer em sentir o vento soprar...
É só atender a campainha e o telefone
quando se tem vontade...
É dizer Não e sim
com um sorriso...
e saber perder o juízo.
É ser verso livre em mim.
de uma gota de orvalho
que corre no vidro da janela
esperando o sol chegar...
É esticar-se no sol
no banco da praça...
É sapatiar no meio da rua
fazendo pirraça...
É um exercício de não fazer nada
por prazer em sentir o vento soprar...
É só atender a campainha e o telefone
quando se tem vontade...
É dizer Não e sim
com um sorriso...
e saber perder o juízo.
É ser verso livre em mim.
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