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A boca mastiga o silêncio
ocas vozes plurais
na singularidade de ser
A pele lambida pelo tempo
controlador de tudo/
nada em sistemas solares
Há companhias absolutas
obtusos tic-tacs da vida
relógios de vento
O coração bate tambores
e surdos barulhentos
abrindo caminhos
condutores de etnias
gaiolas surrealistas
libertam realidades medíocres
Há companhias aladas
gritantes liberdades
plainando no céu de agosto
Acendem-se estrelas no céu
da boca da noite
entre o nascimento e a morte
encontra-se o direito de viver:
o "instante já"
desenho feito desde a eternidade
os olhos saboreiam o horizonte
fotografia de textos
ouvidos tateiam a música da essência
dançam adentro dos calendários rasgados
com cheiro de tempo
sinto o aroma das dálias maternas
azaleias paternas
me fazendo Jardim
ainda a florescer Tulipas
em minha Única descendente:
semente de amor
Há vida
amor e liberdade
amor e liberdade
nada me falta
tudo me é permitido
na pétala que sem flor
não é
e na flor que sem pétala
não existe
não existe